martes, 31 de mayo de 2016

Olá de novo a todos!

Aqueles que quiserem escutar a gravação da publicação anterior, façam download do arquivo pendurado no Dropbox fazendo um clic no link seguinte:

https://www.dropbox.com/s/wzt0l0gebzlddeu/record20160531234959.3gpp?dl=0

Obrigada!
Tarefa do video " Dilma Rousseff faz pronunciamento após ter sido afastada por 180 dias pelo Senado Federal"

No video que trabalhamos, o discurso foi dado pela ex presidenta do Brasil Dilma Roussef no dia 12 de março do atual ano e teve uma duração de aproximadamente quinze (15) minutos. Foi realizado após o início do processo de impeachment contra ela e sua suspensão do seu cargo pelo Senado Federal enquanto as investigações por alegada corrupção forem feitas.

No começo, aclarou que só faria uma declaração á imprensa, não uma entrevista.

A seguir, Rousseff comentou que foi eleita presidenta por 54 milhões de cidadãos e que nessa condição, ela se dirigia a eles no que considerava um "momento decisivo para a democracia brasileira" e do futuro da nação.

Declarou que o processo de impeachment não só põe em perigo o seu mandato mas também "respeito às urnas, á vontade soberana do povo brasileiro e á Constituição". Alem disso, que também estavam em risco o que seu governo alcançou nos últimos 15 anos como os ganhos dos pobres e da classe média, a proteção das criança e dos jovens começando a estudar nas universidades e escolas técnicas, a valorização do salário mínimo, os serviços dos médicos que atendem á população, o projeto "Minha casa, minha vida".

Segundo Roussef, também estavam em risco o pré-sal, uma recente descoberta do Brasil, o futuro do pais e a oportunidade e a esperança de avançar.

Aproveitou a oportunidade para esclarecer que  não tem contas no exterior, que nunca aceitou propinas nem chantagens e nunca pactuo com a corrupção. Adicionou que não tinha aprovado 6 decretos para créditos suplementar sem seguir as autorizações previstas na lei e que não tinha atrasado pagamentos do plano Safra porque não disse nada ao respeito dele e que, de fato, "nada restou para ser pago".

Denunciou que o processo de impeachment era fraudulento e que era mesmo um verdadeiro golpe contra ela. Argumentou o anterior dizendo que desde sua eleição "parte da oposição, inconformada, pediu recontagem de votos, tentou anular as eleições e depois passou a conspirar abertamente pelo meu impeachment". Alem disso, que criaram instabilidade política impedindo a recuperação da economia, sabotaram seu governo e forçaram "o ambiente preciso para um golpe".

Também argumentou ser acusada de crimes que não cometeu porque tudo o que seu governo fez, foi legal correto e necessário. Que tinha sido feito no passado sem ser considerado crime e que , portanto, o processo contra ela não era impeachment mas um golpe. Segundo ela, o processo era frágil, juridicamente inconsistente e injusto.

Mencionou outros riscos de o pais ser dirigido "por un governo que não foi eleito" como o impedimento da execução do programa de seu governo e a "ameaça a democracia e as conquistas que a população alcançou nas ultimas décadas".

Já concluindo a declaração, disse ter atravessado desafios como a injustiça, fazendo referencia á ditadura militar dos anos 1964 até 1985 que o Brasil sofreu, e a doença, referindo-se ao câncer contra o que lutou em 2009. Prometeu que ia lutar para exercer seu mandato até seu fim que seria no 2018 mas implicou que seria necessária a participação da população para evitar o golpe.

Afirmou se sentir feliz consigo própria ao ver no espelho a face de uma mulher inocente, que sentia orgulho de ser a primeira mulher eleita presidenta  e que nunca imaginou que lutaria de novo contra um golpe no pais.

Esta declaração foi feita, no nossa opinião, num tom de voz calmo e conciliador. As palavras e as estritas empregadas foram simples e de fácil compreensão. Mas pensamos que podia ter sido melhor estruturada.

As fontes usadas para esta publicação são as seguintes:

http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2016/05/12/pronunciamento-de-dilma-rousseff.htm

http://youtu.be/Qa0gCcsy_l4

martes, 3 de mayo de 2016

Adiciono este terceiro artigo que considerei interessante. Matriz energética: evolução das renováveis Da Agência Ambiente Energia – No âmbito da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) disponibilizou a cartilha “Brasil: Renováveis para o Desenvolvimento”, que apresenta as vantagens competitivas do país no setor energético a partir do alto percentual de fontes renováveis na sua matriz. Segundo o documento, o Brasil é a sexta economia do mundo e apenas o 18º no ranking das nações quanto às emissões de gases de efeito estufa devidas à produção e ao uso da energia. Em 2009, as emissões alcançaram 338 milhões de toneladas de CO2, menos de 1,2% do total mundial de 30 bilhões. A matriz energética brasileira é exemplo mundial de desenvolvimento com baixo carbono. A intensidade de carbono na economia relacionada ao setor energético é uma medida de sua qualidade ambiental. Em 2005, este indicador foi de 0,16 kgCO2/US$ (2011), metade da média mundial de 0,33. As emissões per capita, uma medida de equidade da contribuição dos povos para as mudanças climáticas, foram inferiores a duas toneladas de CO2/hab, enquanto a média mundial supera quatro toneladas. O Brasil, desde os anos 1970, cresceu em média, 4% ao ano e o consumo de energia, 3,3%. Nesse período, a proporção de renováveis na matriz energética manteve-se sempre acima de 40%. Em 2011, 44% da energia ofertada (272,3 milhões de toneladas equivalentes de petróleo) aos mais de 193 milhões de habitantes do país foram provenientes de origem renovável, sendo a energia hidráulica e a biomassa as principais fontes. Estima-se que, nos próximos 10 anos, as iniciativas em eficiência energética contribuam para evitar emissões de 174 milhões de toneladas de CO2 no país. Com a meta de reduzir 10% do consumo de eletricidade projetado para 2030, o país evitará emissões de 454 milhões de toneladas de CO2 até esse ano. O incentivo à expansão do etanol na matriz energética brasileira teve início nos anos 1970, após a primeira crise do petróleo. Visava, então, à redução da dependência do Brasil às importações de energia e da exposição do país às variações do preço internacional do petróleo. Desde então, o etanol, em substituição à gasolina, vem aumentando sua participação na matriz de transportes, permitindo também redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa. Até 2010, o consumo de etanol representou a substituição de aproximadamente 250 bilhões de litros de gasolina, evitando-se emissões de 550 milhões de toneladas de CO2. Atualmente, a participação de combustíveis renováveis na matriz de transportes é de cerca de 20%. Além do etanol, há também a contribuição do biodiesel. O Brasil trabalha para manter sua política de incentivo ao uso de biocombustíveis em sua matriz de transportes. As perspectivas são de que essa participação aumente para cerca de 30% até 2020. Na frota de veículos leves, a participação do etanol pode ultrapassar 50% em 2020. Cerca de 87% da energia elétrica gerada no Brasil provem de fontes renováveis. A maior participação é da hidreletricidade, que responde por 81% da geração. O Brasil é um dos países que menos emite gases de efeito estufa na produção de energia elétrica. Em 2009, enquanto a média mundial de emissões foi de 500 gCO2/kWh, no Brasil esse indicador foi de apenas 64 gCO2/kWh. Em 2011, as emissões brasileiras na produção de energia elétrica não ultrapassaram 30 milhões de toneladas de CO2. Nos próximos anos, a energia hidráulica permanecerá sendo elemento-chave da estratégia de expansão da oferta de energia elétrica. Estão em construção grandes usinas, com destaque para Santo Antonio (3.150 MW) e Jirau (3.300 MW), ambas no rio Madeira, e Belo Monte (11.233 MW), no rio Xingu, todos na bacia Amazônica. Centrais eólicas e a biomassa da cana também contribuem para a “renovabilidade” da matriz de energia elétrica brasileira. Essas fontes vêm crescendo muito de importância como reflexo de políticas públicas voltadas para sua inserção na matriz, segundo a EPe. Nos últimos três anos foram viabilizados 6.800 MW de eólicas nos leilões para expansão da oferta no Sistema Interligado Nacional, significando ampliar, até 2015, em 7,5 vezes a capacidade instalada em 2010. Estima-se que, nos próximos 10 anos, as emissões evitadas na geração de energia elétrica no Brasil a partir de fontes renováveis acumulem 500 milhões de toneladas de CO2, valor superior ao total emitido no país em 2011 na produção e uso de todo o tipo de energia (396 milhões de toneladas de CO2eq). publicado em 20 de junho de 2012

martes, 26 de abril de 2016

Este é o segundo artigo Conteúdo obtido de: http://horizontegeografico.com.br/exibirMateria/220 Horizonte, educação e comunicação EDIÇÃO 115 É possível viver sem petróleo? O mundo se prepara para diminuir a dependência do petróleo, mas enfrenta dificuldades: este é um recurso que move a economia mundial, é cobiçado por todos os países, garante o direito de ir e vir e está presente em quase tudo que nos cerca Sérgio Adeodato Horizonte Geográfico - Edição 115 foto: Marcelo André Diante da escassez anunciada, dos preços em alta e da ameaça do aquecimento global, o mundo se prepara para reduzir o uso de uma de suas principais fontes de energia: o petróleo. Produtoras e distribuidoras investem pesadamente em opções alternativas. Montadoras testam novas tecnologias para mover carros e caminhões. Mas a tarefa é quase impossível. Da gélida Sibéria ao tórrido deserto do Saara, não há quem dispense o uso desse recurso. A redução influenciaria a quantidade e o tipo dos bens produzidos na economia mundial – e não se está falando apenas de energia e transporte. Formado por uma mistura de compostos, o petróleo é matéria-prima essencial na indústrias de tintas, ceras, vernizes, resinas, extração de óleos e gorduras vegetais, pneus, borrachas, fósforos, fertilizantes, alimentos. A partir de seu refino, são extraídos, entre outros, gasolina, diesel, querosene, gás de cozinha (encontrado junto com o petróleo), óleo combustível, lubrificante e parafina. Assim, não é à toa que ele tenha sido apelidado de “ouro negro”: o petróleo está presente em uma infinidade de produtos (veja ilustração nessa reportagem) – até em hambúrgueres e chicletes. Dados fornecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) mostram que o petróleo ocupa uma posição de destaque na matriz energética brasileira, com 37,7% da oferta de energia primária. Nesse percentual, o diesel é o derivado que tem a maior participação no consumo (43%), devido à opção pelo transporte rodoviário. Além disso, quase toda a frota de máquinas agrícolas e trens de carga emprega esse combustível. E, embora a maior parte da energia usada para eletricidade venha das hidrelétricas (90%), as usinas termelétricas, que funcionam a base de combustíveis fósseis, como petróleo, gás ou carvão, acabam sendo acionadas nos casos em que os níveis dos reservatórios estão baixos. foto: Marcelo André Como parte do programa de racionalização do uso de energia de Betim (MG), lâmpadas a vapor de sódio substituíram as de mercúrio na iluminação pública Apesar disso, o País começa a fazer a sua lição de casa e aprende a depender um pouco menos desse tipo de combustível. É o que ocorre, por exemplo, em Betim, município mineiro conhecido como pólo da indústria automobilística e petroquímica. A cidade é modelo nacional no uso de energias limpas. Betim também participa da campanha internacional Cidades pela Proteção do Clima, destinada a incentivar políticas de implementação de medidas quantificáveis para a redução de emissões locais de gases de efeito estufa como forma de melhorar a qualidade do ar e de vida. Significa que a cidade não apenas utiliza fontes alternativas de energia, mas também se preocupa em racionalizar o uso dos combustíveis fósseis e da eletricidade. Na residência da manicure Maria Geralda da Conceição, por exemplo, a água do chuveiro é aquecida por painéis solares. A cidade tem quase 1,7 mil equipamentos desse tipo instalados em casas populares. Lâmpadas a vapor de sódio, mais eficientes e econômicas, substituem as de mercúrio na iluminação pública. Leis municipais obrigam o uso de veículos oficiais do tipo flex (gasolina e álcool) e a frota de ônibus é movida a biodiesel, que contém um percentual de 2% de fonte energética renovável. Na cachaçaria Vale Verde, onde funciona um parque ecológico, o bagaço da cana gera vapor que move o alambique e as máquinas produtoras de um doce mineiro famoso, a gelatina de cachaça. Nos arredores da cidade, o proprietário rural Marcelo Guimarães, dono da Fazenda Jardim, planta cana, produz álcool e abastece o próprio veículo com o produto. Em regiões bem mais pobres que Betim, a preocupação é outra, mas a necessidade de procurar fontes alternativas de energia também está presente. É o que ocorre em Riacho do Cipó, situado em Jeremoabo, no Raso da Catarina, Bahia. Ali, a energia que recentemente passou a clarear a vida da população não provém da hidrelétrica Paulo Afonso, distante 160 km do povoado. Ela advém do sol que castiga esse pedaço da caatinga. Painéis solares, instalados pelo Programa Luz para Todos, do governo federal, permitem que os moradores assistam TV com antena parabólica. O consumo de fontes alternativas, no entanto, ainda é limitado. Na casa de Ildebrando de Santana, por exemplo, a velha geladeira funciona com botijão de gás. O ferro de passar roupa ainda é a carvão e a máquina de costura é das antigas, movida a pedal. As lâmpadas, é verdade, substituíram os candeeiros a querosene, mas a água que abastece o povoado é bombeada pela força de um gerador a óleo diesel. O petróleo vai acabar? Mas o esforço para limitar o uso de combustíveis fósseis é limitado e a dependência traz a interrogação: será verdade que, diante do aumento da população e das novas necessidades econômicas, chegará um dia em que o petróleo vai acabar? No ritmo atual de consumo, as reservas mundiais já descobertas devem durar apenas mais 75 anos – menos de um século, garantem os especialistas mais otimistas. Os pessimistas falam em algo como 35 anos. A procura pelo “ouro negro” é maior do que a descoberta de novas reservas. E o alto preço do barril que, na virada de 2008, alcançou o recorde de US$ 100, não interfere nesse cálculo. Mas acelera a busca de alternativas, sobretudo quando o preço sobe em função dos conflitos em áreas explosivas do planeta, como é o caso do Oriente Médio. foto: Marcelo André Na Fazenda Jardim, em Betim, o gerente Carlos Alberto dos Reis Cultiva Cana para produzir álcool e abastecer o próprio carro sem precisar ir ao posto de gasolina “Seja como for, o petróleo nunca vai acabar: deixaremos de usá-lo em grande quantidade antes que isso aconteça”, profetiza Roberto Schaffer, pesquisador da Coppe, instituição de pesquisa da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Na opinião de Schaffer, fontes mais limpas, à medida que se tornam mais baratas e eficientes, tomarão o lugar do petróleo, quando ele significar aumento de emissões de gases de efeito estufa como combustível de automóveis e fonte primária de energia. Mas esse recurso encontrará novos espaços, sendo utilizado de forma mais nobre por meio do refino. “Em vez de ser queimado com emissões para a atmosfera, gerará matéria-prima para novos produtos industrializados, onde o carbono fica aprisionado”, explica o pesquisador. “Após séculos de dependência, seria ilusório imaginar que podemos viver totalmente sem petróleo”, acrescenta Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), das Nações Unidas. Ele lembra que o produto não representa problema, mas sim os riscos que a sua utilização podem oferecer para o meio ambiente durante o processo de extração, transporte, refino, até o consumo. Entre eles, os danos provocados por vazamentos de oleodutos e navios petroleiros, como ocorreu, em 2007, no litoral da Coréia do Sul. Fugindo da gasolina Outro grande desafio são os atuais 950 milhões de veículos, que respondem por cerca de 10% das emissões globais de dióxido de carbono – o principal gás causador do efeito estufa. Nesse ponto, o Brasil leva vantagem. O relatório dos cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), responsável pelos dados mais atualizados sobre o aquecimento global, propõe que os biocombustíveis substituam entre 5% e 10% da gasolina consumida no mundo até 2030. Atualmente, essas fontes renováveis representam apenas 1% da energia utilizada no transporte. Em um prazo de duas décadas, acredita-se que o Brasil poderá ter capacidade de produzir etanol suficiente para o mundo atingir as metas do IPCC. Traduzindo: evitar a queima de 1,7 trilhão de litros de combustíveis não-renováveis por ano em todo o planeta, de acordo com estudo do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Estratégico (Nipe), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atualmente existem 248 usinas de álcool na região Centro-Sul e 88 no Nordeste. Até 2012, deverão entrar em funcionamento mais 86. Para isso, o País precisará multiplicar por sete os atuais 6 milhões de hectares ocupados pela cana-de-açúcar, equivalentes hoje a 1% da área agrícola nacional. Essa capacidade é importante, embora a febre do etanol implique em questões sociais fundamentais, como as condições de trabalho dos cortadores de cana e a ocupação de áreas propícias ao cultivo de alimentos. Enquanto os Estados Unidos estipulam metas para substituir, até 2020, um sexto da gasolina por álcool, em território brasileiro, esse combustível mais limpo representa 40% do consumo. E 80% dos novos carros já saem da fábrica com tecnologia flexível, podendo utilizar álcool ou gasolina. Isso significa que o etanol poderá vir a substituir totalmente a gasolina nesse intervalo de tempo? Bem, não necessariamente. O petróleo é tão importante na civilização moderna que, curiosamente, dependemos dele até mesmo para produzir combustível renovável. “Para 100 litros de etanol, são utilizados 7,1 litros de petróleo, necessários na produção, por exemplo, dos adubos nitrogenados e herbicidas para o cultivo da cana, da gasolina dos tratores, do diesel dos caminhões e do óleo das máquinas e outros equipamentos das usinas”, afirma o pesquisador Isaías Macedo, do Nipe. Parece muito? O próprio pesquisador confirma que “esses valores são baixos se comparados ao petróleo necessário para produzir álcool de milho, nos Estados Unidos, ou da beterraba, na Europa”. Explica-se: diferente das matérias-primas concorrentes, a cana fornece o bagaço, capaz de suprir toda a energia que move as usinas. A busca por novos caminhos foto: Lars Sundstróm / SXC Os pesquisadores apostam em uma outra alternativa mais barata, embora ainda difícil de visualizar em um futuro próximo. “Caminhamos para a era do hidrogênio, que fará parte das nossas vidas nos próximos dez anos”, prevê o engenheiro Paulo Emílio de Miranda, da UFRJ, O hidrogênio está presente, por exemplo, nas novas tecnologias desenvolvidas pela indústria automobilística para se adaptar ao mundo sem petróleo. Mas ele não deve abastecer somente os carros. No Japão, segundo Miranda, existem mais de 2 mil casas aquecidas por esse tipo de energia elétrica, que não polui e pode ser obtida até da água. O Brasil dá os primeiros passos, com o projeto de um ônibus abastecido por essa fonte renovável, desenvolvido pela UFRJ com apoio da Petrobras e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Os experimentos vão além dos centros urbanos. Chegam ao povoado Pico do Amor, próximo a Cuiabá (MT), que ganhou, em 2008, um gerador de eletricidade à base de hidrogênio, extraído do etanol vindo da cana. Projetado pela Unicamp, o equipamento levará luz à comunidade e fará funcionar máquinas para produzir farinha e rapadura. “A solução não é apenas buscar alternativas, mas ter um estilo de vida mais saudável”, afirma o engenheiro químico Márcio Nele, também da UFRJ. “Não adianta usar biodiesel e dobrar o número de veículos nas ruas”, afirma, lembrando que nunca se consumiu tanta energia no mundo como nos dias atuais. Só para dar um exemplo simples: o que aconteceria se um chinês adotasse os mesmos hábitos de consumo de um americano de hoje? Esse cálculo já foi feito. Se a China tiver três carros para cada quatro habitantes, como ocorre nos Estados Unidos, somará 1,1 bilhão de veículos, mais do que existe hoje em todo o planeta. O consumo de combustível, de 99 milhões de barris diários, também superaria o global, segundo previsão de Lester Brown, presidente do Instituto de Política da Terra, organização internacional sediada em Washington. Para ele, chegou a hora de mudar os padrões econômicos da civilização. “O mundo precisa urgente de um plano B”, afirma. Se, aos poucos, se esforça para diminuir a dependência do petróleo, também precisa aprender a usá-lo de forma mais racional. A questão climática A preocupação com o aumento do uso do petróleo está associada ao aquecimento global – o aumento da temperatura da Terra provocado pela elevação da quantidade de dióxido de carbono na atmosfera por causa das atividades humanas. Desde a Revolução Industrial, no século 18, com o início do uso dos combustíveis fósseis (como o petróleo), o aumento do desmatamento e da decomposição de matéria orgânica; o homem passou a liberar uma imensa quantidade de gases que aprisionam calor na atmosfera (foto). O relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), sobre estratégias e tecnologias destinadas a combater o problema, avalia que o mundo terá que reduzir a dependência dos combustíveis fósseis, promover a eficiência energética e ampliar o uso de energias renováveis para enfrentar o aumento da temperatura global. Esse é o desafio. A estratégia das fontes renováveis Em tempos de busca de outras fontes de energia renováveis, os especialistas se voltaram para a energia solar, dos ventos e da biomassa, que até ha pouco tempo estavam desacreditadas por questões de preço e desenvolvimento tecnológico. Hoje, esss fontes ganharam dimensão no mercado. Combinadas com o uso racional e eficiente da eletricidade, representam uma aposta capaz de suprir a metade do consumo global de energia até 2050, de acordo com o relatório publicado em 2007 pelo Conselho Europeu de Energia Renovável e pelo Greenpeace. “Faltam apenas apoio político e investimentos”, destaca o documento. Hoje, elas atendem 18% do consumo e a tendência é de expansão, diante dos avanços tecnológicos para torná-las economicamente viáveis. Países que apostaram nesse campo há mais tempo saem na frente, como a Alemanha e a Dinamarca, que já retiram dos ventos uma boa parte da energia que abastece a população. A China, criticada pelo uso intensivo de carvão, ganhou, nos últimos cinco anos, dezenas de fábricas de turbinas eólicas e, hoje, já está entre os seis países que mais aproveitam a força dos ventos. “Essa será uma revolução que afetará todos os países”, diz Ricardo Baitelo, coordenador de Energias Renováveis do Greenpeace. O Brasil se destaca pelo uso da biomassa, como é o caso do etanol. Mas possui também grande potencial eólico (foto) e solar, ainda muito pouco explorado. “Precisamos de políticas sérias, leis e incentivos para atrair as indústrias do setor, aumentar a escala e tornar essas energias mais acessíveis”, avalia Baitelo. Outros combustíveis à vista Estima-se o fim dos carros a gasolina dentro de três décadas. O próprio presidente dos Estados Unidos, George Bush, contrário às metas do Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões de carbono, costuma dizer nos discursos que “os americanos estão viciados em petróleo”. Nos últimos 30 anos, os EUA triplicaram o consumo de derivados desse combustível, sendo proprietários de um terço do total de carros que circulam no mundo. As grandes montadoras buscam alternativas. No mercado americano, o álcool extraído do milho substitui parte da gasolina, e já existem carros híbridos (à gasolina e motor elétrico) nas lojas. Até 2030, essa frota híbrida responderá por 30% das vendas. Mas é o hidrogênio a principal alternativa para futuro, segundo os fabricantes. Grandes montadoras, como a General Motors, investem para torná-lo mais barato e viável. A empresa prevê que 50% dos carros fabricados nos Estados Unidos usarão combustíveis alternativos em um prazo de cinco anos. As primeiras sondagens Embora conhecido desde a Antigüidade, o petróleo começou a ser explorado comercialmente somente quando o aventureiro americano Edwin Drake perfurou o primeiro poço, em 1859, na cidade de Titusville, na Pensilvânia (EUA). A iniciativa deu origem a uma corrida que iria mudar a história, a economia e os hábitos do planeta. No Brasil, a primeira perfuração ocorreu em 1892, patrocinada pelo fazendeiro Eugênio Ferreira da Camargo, na região de Bofete (SP). O poço chegou a ter 488 metros de profundidade, mas foi um fracasso – encontrou apenas água. Sondagens foram realizadas no País nas décadas seguintes, sem sucesso, até que, um dia, o engenheiro Manuel Inácio Bastos percebeu que, próximo à estação ferroviária de Lobato, perto de Salvador, os moradores iluminavam as casas com o óleo extraído de uma lama preta. Bastos formou uma sociedade para explorar aquele material, mas não conseguiu autorização do governo federal. Após diversas tentativas, a prospecção pôde se realizar. Foi ali que o petróleo jorrou pela primeira vez no País, em 21 de janeiro de 1939. O volume era pequeno, não tinha importância comercial, mas despertou a nação para o potencial da produção. Dois anos depois, em Candeias, também na Bahia, foi descoberto o primeiro campo de petróleo comercial. “Precisamos economizar energia” foto: Karime Xavier / Folha Imagem O professor José Goldemberg é um cientista que reconhece os limites da tecnologia e seus efeitos no meio ambiente. Defende como poucos as fontes energéticas alternativas, desde quando se tornou referência antinuclear na oposição ao regime militar, que se empenhou na construção das usinas de Angra. Depois de ser ministro do Meio Ambiente e ter conduzido a Rio-92, passou a ver a energia também sob o prisma dos impactos globais. De volta ao Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo, onde lecionou durante anos, e após ocupar o cargo de secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Goldemberg participa intensamente dos debates em torno das mudanças climáticas. Conforme explica nessa entrevista à Horizonte Geográfico, entre os desafios urgentes nesse campo estão a criação de programas de eficiência energética e uma melhor distribuição de energia para se evitar qualquer tipo de dependência de apenas uma fonte, ainda mais quando seus efeitos para o ambiente são prejudiciais. HG – O petróleo é uma cultura entranhada na vida das pessoas. É possível viver sem ele? Goldemberg – No momento, não. Se as reservas de petróleo se esgotassem subitamente, a civilização, nos moldes como existe hoje, desapareceria. A começar pelo transporte individual e de cargas, que hoje soma quase 1 bilhão de veículos no mundo. A humanidade não está preparada para viver sem petróleo. Mesmo a US$ 100 o barril, o consumo não cessa de aumentar. HG – E os impactos da utilização do petróleo também não deixam de crescer? Goldemberg – O aspecto negativo dessa dependência é que o petróleo é responsável por aproximadamente um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global, bem como pela maioria dos problemas de poluição nos países produtores. Fora do petróleo e de outros combustíveis, como o carvão e a energia nuclear, as alternativas são o etanol, o biodiesel, o gás natural e o hidrogênio. No transporte, essas alternativas estão sendo usadas, mas hoje ainda representam muito pouco se compararmos à quantidade de petróleo consumido no mundo. HG – O consumo de petróleo da China representa hoje uma questão importante, à medida em que a economia do país não pára de crescer. Como resolver esse impasse? Goldemberg – É uma questão difícil. Quanto à geração de energia, as atenções estão centradas na China e nos Estados Unidos, onde a eletricidade é produzida a partir do carvão em grande maioria. Com o crescimento acelerado da economia chinesa, isso está se tornando um problema, porque impede um pacto internacional que envolva os dois países para reduzir as emissões de carbono. A recente Conferência de Bali tratou desse problema e ficou acertado que se tentará um acordo até 2009. HG – O senhor coordenou no Brasil, em 2007, um estudo internacional que propôs investimentos globais de US$ 18 bilhões por ano em energias limpas até 2012. Qual o cenário ideal para o País nesse setor? Goldemberg – A matriz energética brasileira é limpa, porque está sustentada pela geração hidrelétrica. Excluindo o desmatamento da Amazônia, o Brasil é o 18º entre os maiores emissores de gases de efeito estufa, o que nos dá uma posição confortável nas negociações internacionais. Todo esforço deve ser feito para aumentar o número de usinas hidrelétricas, tomando, é claro, as medidas adequadas para proteger o meio ambiente. HG – O ano de 2008 já começou com o debate sobre as ameaças de apagão, diante da estiagem que reduziu as represas das hidrelétricas. Como evitar esse tipo de problema no curto prazo? Goldemberg – O governo precisa lançar um programa de emergência para racionalizar eletricidade, envolvendo residências e empresas. Precisamos ter consciência de que o problema é grave. É importante economizar e adotar soluções rápidas, que sejam possíveis na prática e nos livrem do racionamento. Publicado em 06/02/2008
Este é o meu primeiro artigo no blogue. Tem explicações simples mas necessárias para uma ótima compreensão de nosso tópico. conteúdo obtido de: http://matriz-e-energia.blogspot.com/p/matrizes-energeticas.html?m=1 Matrizes energéticas e energia nuclear ▼ Matrizes Energéticas Nesse primeiro post, iremos tratar do que vem a ser uma matriz energética, com uma linguagem simples :) 1ª - Matriz energética é toda energia disponibilizada para ser transformada, distribuída e consumida nos processos produtivos, é uma representação quantitativa da oferta de energia, ou seja, da quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou por uma região. 2º - Matrizesenergéticas são as diferentes fontes de energia disponíveis para odesenvolvimento das atividades sociais. Seja na indústria, na produção deenergia elétrica ou nos transportes, é necessário haver uma fonte de energiaque possibilite o funcionamento das máquinas e realização dos trabalhos. Sendouma das grandes preocupações da humanidade, as discussões sobre as matrizesenergéticas ocupam grande espaço na mídia e nos centros de pesquisastecnológicas, onde o grande desafio consiste em descobrir fontes de energiarenováveis, baratas e “limpas”. Referencias: http://tosabendomais.com.br/portal/assuntos-quentes.php?secao=&idAssunto=92&idArea=3&acao=VerCompleto http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20100208120820cnaconaxy Principais tipos de matrizes As matrizes energéticas são classificadas em: renováveis e não renováveis. À parte, aparece a energia nuclear, que ainda gera um grande debate na comunidade científica quanto à sua classificação. Os combustíveis fósseis são exemplos de matrizes não renováveis. Estes combustíveis foram formados pela decomposição de matéria orgânica de plantas e animais há milhões de anos, sendo, portanto,esgotáveis. MATRIZES NÃO RENOVÁVEIS Petróleo - Apesar de toda tecnologia disponível no campo da produção energética, a sociedade ainda é completamente dependente dos combustíveis fósseis. Os derivados do petróleo, principalmente a gasolina e o óleo diesel,representam 35% de toda a fonte de energia utilizada no mundo. Os derivados do petróleo apresentam dois grandes problemas em sua utilização em larga escala: são fontes de energia não renováveis, e a dependência destes elementos pode gerar uma crise energética; a sua combustão libera uma quantidade muito grande de CO2 à atmosfera, intensificando o efeito estufa. Carvão mineral - Ocarvão mineral corresponde a 25% da energia mundial. É a segunda fonte mais utilizada no planeta e apresenta as mesmas deficiências do petróleo: é uma fonte de energia não renovável e também libera grande quantidade de CO2 á atmosfera. Além disso, a atividade de extração deste mineral é, por muitas vezes, realizada em ambientes insalubres e de alta periculosidade para os operários, registrando alto índice de acidentes. Gás natural – Dentre os combustíveis fósseis, é a opção mais barata e “limpa”. Representa 21% da matriz energética mundial e 10% da brasileira. Pode ser utilizado tanto na fabricação de energia elétrica quanto na indústria, porém, principalmente no Brasil, é mais utilizado no setor de transportes. MATRIZES RENOVÁVEIS Energia eólica - É a energia produzida pelo vento;funciona mediante o processo de transformação da energia cinética das massas dear em energia mecânica ou elétrica. Apesar de ser uma energia limpa, ela apresenta impossibilidades, pois se limita às regiões em que venta e tem um custo relativamente alto. Os países que mais utilizam esta fonte são: Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Índia. Energia solar - Sem causar danos ao ambiente,a energia solar pode ser convertida diretamente em energia elétrica através depainéis solares e células fotovoltaicas. Os custos para a construção destespainéis e o baixo rendimento fazem com que esta fonte, embora promissora, sejapouco utilizada no cenário atual. Painéis solares - fontesdeenergiasolar.blogspot.com Energia hídrica - Consiste na produção de energiaatravés do movimento da massa de água de rios ou lagos; é usada sobretudo naprodução de energia em hidrelétricas, as quais, no Brasil, abastecem 76% doconsumo de eletricidade. Um aspecto negativo desta fonte é o impacto ambiental,como o desgaste do solo e a perda da biodiversidade local. Energia hidráulica - brasil escola Biomassa -Pode-se chamar de biomassa a energia renovável proveniente de qualquer materialorgânico. Restos de madeira, de cana-de-açúcar, óleo vegetal, biocombustíveis,estrume do gado, resíduos florestas, lixo urbano são exemplos de biomassa. Abiomassa é uma energia limpa, podendo ser utilizada na geração de energiaelétrica através do bagaço da cana. O etanol e o biodiesel são biocombustíveisque apresentam, respectivamente, muitas vantagens em relação à gasolina e aodiesel comum. Uma delas é a redução de gases poluentes lançados à atmosfera. Referencias: http://tosabendomais.com.br/portal/assuntos-quentes.php?secao=&idAssunto=92&idArea=3&acao=VerCompleto Google imagens ________________________________________________________ Matriz energética no Brasil Agora que já se tem conhecimento do que é uma matriz energética, e quais são os principais tipos, neste post iremos falar sobre a matriz energética no brasil. A matriz energética do Brasil, ouseja, as fontes das quais tiramos energia para a indústria, para o comércio,para nossas casas e nossos carros, é composta atualmente da seguinte maneira: Figura 1 – Matriz energética brasileira 2008 (Fonte: ANP). Hidroelétrica(14.8%) A água represada possuienergia potencial gravitacional que se converte em energia cinética. Essaenergia cinética é transferida às turbinas, que movimentam o gerador; e ogerador, por sua vez, converte essa energia cinética em energia elétrica a qualserá enviada através de condutores ao seu destino. Itaipu atualmenteé a maior produtora de energia elétrica. Figura 2 – Usina hidrelétrica binacional Itaipu. Após sua produção, a energiaelétrica passa por transformadores que preparam-na para ser transmitida.Durante a transmissão, parte dessa energia é perdida sob a forma de calor que aquece a linha de transmissão. Para chegar ao usuário final, a energia elétricapassa novamente por transformadores que a preparam para ser usada. Finalmente ao chegar ao usuárioele pode transformá-la em outras formas de energia, como por exemplo energiasonora, ao ligar um aparelho de som, ou transformá-la em energia luminosa, quandoacendemos uma lâmpada, ou mesmo deixamos alguns aparelhos no modo “standby”.Observe que não é tão fácil a produção de energia elétrica, além do que demanda muito trabalho e consumo de água represada. Principais Usinas Hidrelétricas:Três Marias, na Bacia do São Francisco (que abastece o complexo siderúrgico dovale do Aço mineiro), Usinas de Salto Grande e Mascarenhas, no Rio Doce,quegeram energia para os mercados fluminenses. Grande parte das usinashidrelétricas da Bacia do Paraná foi implantada durante as décadas de 50 e 60.No início da década de 70 aCESP completou o complexo Urubupungá, formado pelas usinas de Ilha Solteira eJupiá com capacidade total de 4500 megawatts. As usinas de São Simão eCachoeira Dourada também já estão em fase de construção. Depois delas, foiconstruída a grande Usina de Água Vermelha, no Rio Grande. A maior usina domundo é atualmente Itaipu. A China concluiu a construção da usina de TrêsGargantas em 2006, que produzirá 18.200 Mwh (megawatts), 84,6 milhões de MWh superandoa produção de Itaipu que gera 90 milhões de Mwh e terá 14.000Mw com mais duasunidades que estão sendo montadas. A segunda maior usina do mundo é GrandCoulee nos EUA produz 50 milhões de Mwh. Nos dois últimos mandatos dopresidente Fernando Henrique Cardoso, em 2001 e 2002, o Brasil sofreu uma criseenergética sem precedentes. O governo propôs fazer longos cortes forçados de energia elétrica em todo Brasil, os quais foram apelidados de"apagões". Entre as causas desta grave crise energética, podemoscitar a falta de chuvas, de planejamento e de investimentos em geração edistribuição de energia. A privatização das empresas deenergia elétrica se deu a partir de julho de 1995, como uma urgência do governoem obter recursos. No entanto, a geração de energia elétrica continuou nas mãosdo Estado, por meio da Eletrobrás. A participação da iniciativa privada nosetor elétrico foi permitida posteriormente, porém resultou em fracosinvestimentos. Entre os fatores que explicam isso, podemos citar aprecária regulamentação legal e o desinteresse da iniciativa privada em fazerinvestimentos em longo prazo que oferecessem lucros medianos. 3.2 – Petróleo ederivados (36.7%) Substância oleosae inflamável, o petróleo é a principal fonte de energia na atualidade. Ofato de o mesmo ser um recurso esgotável, aliado ao seu grande valoreconômico, fizeram com que o combustível se tornasse um elemento causador degrandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o mundo. Acredita-se que o petróleo tenhase formado há milhões de anos em razão da decomposição dos seres que compõem oplâncton, decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação debactérias. Assim, esses seres decompostos teriam se acumulado no fundo dosmares e lagos. Figura 3 – Plataforma de exploração de petróleo da Petrobras instalada na Bacia de Campos (RJ). Composto principalmente porhidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, o petróleo é um óleomenos denso que a água, com coloração que pode variar desde o castanho claroaté o preto.Além de gerar a gasolina que serve de combustível para grande partedos automóveis que circulam no mundo, vários produtos são derivados do petróleocomo, por exemplo, aparafina, GLP, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene,solventes, óleos combustíveis, óleos lubrificantes, óleo diesel ecombustível de aviação Por ser a principal fonte energiado planeta, o petróleo já foi motivo de algumas guerras, como a Primeira Guerrado Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechênia e ainvasão estadunidense no Iraque, em 2003. Sem dúvida, a existência de petróleoé um sinônimo de riqueza e poder para um país. O combustível se tornou aindamais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores dePetróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produçãoe pressionar o mercado. No Brasil, a Agência Nacional doPetróleo (ANP) é responsável por realizar os leilões, mesmo de áreas comprováveis reservas. Por isso, o petróleo e o gás do pré-sal não sãointegralmente do povo brasileiro. Cerca de 25% das reservas já identificadas nopré-sal, já são propriedade de empresas privadas, inclusive estrangeiras. Segundo estimativas da ANP, asreservas na área do pré-sal representam, no mínimo, 50 bilhões de barris depetróleo e gás, podem chegar a 80 bilhões. As reservas conhecidas atualmente,no Brasil, somam cerca de 14 bilhões de barris de petróleo e gás. Hoje, aprodução mundial de petróleo é de 85 milhões de barris/dia. A descoberta de petróleo nacamada de pré-sal pode colocar o Brasil como detentor da terceira maior reservado mundo, atrás somente de Arábia Saudita e Canadá. E, somadas às reservas daVenezuela, do Equador e da Bolívia, fortalecem a posição sul-americana em relação às potências econômicas do hemisfério norte. Seis países controlam mais de 80%da oferta mundial de gás e petróleo: Arábia Saudita, Irã, Kuwait, Rússia,Venezuela e Iraque. À exceção da Arábia Saudita e Kuwait, todos têm problemas políticos com os EUA, o que tensiona permanentemente a oferta. Petróleo e gás natural respondempor mais de 50% da matriz energética global. Porém, as reservas mundiais começam a apresentar sinais de esgotamento. Mudanças estruturais na matriz energética demoram mais de 20 anos para acontecer, o que prolonga a dependênciada humanidade deste importante recurso natural. Biocombustível(31.6%) É todo combustível produzido defontes renováveis da biomassa, como, por exemplo, o álcool e resíduos demadeira, o biodiesel. Quanto ao biodiesel, este consiste de ésteres metílicosou etílicos produzidos pela transesterificação de óleos vegetais ou gordurasanimais. Entende-se por biomassa, massasorgânicas de origem biológica ou de materiais não-fósseis, utilizáveis comocombustível para produção de calor ou geração elétrica. Inclui: - Carvão: resíduos sólidos dadestilação destrutiva e pirólise da madeira e de outros materiais vegetais. - Madeira, resíduos de madeira ede outros detritos sólidos. O Brasil tem capacidade paraliderar o maior mercado de energia renovável do mundo. Isso porque no Paísexiste matéria prima renovável em abundância para fabricar o biocombustível -combustível de origem vegetal, como cana de açúcar, óleos vegetais e damadeira, derivados de leite, gordura animal, entre outros. Figura 4 – Plantação e colheita da cana de açúcar para ser beneficiada na usina de álcool. O biocombustível ou combustívelbiológico é uma alternativa viável para substituição do petróleo com uma sériede vantagens, tanto ambientais, como econômicas e sociais. Há um indicativo deque é possível 5% de adição de biocombustível no diesel de petróleo, quealmenta a economia, diminui a importação de petróleo e reduz a poluição. O uso do petróleo como fonteenergética representa uma das maiores causas da poluição do ar, e sua queimacontribui para o efeito estufa. A energia renovável é uma alternativa para reduzir o efeito estufa. Além disso, o uso dela faz com que o País diminua adependência do combustível fóssil, que num futuro muito próximo, dentro de 40 a 50 anos, estará praticamente esgotado. De acordo com estudos, obiocombustível que se mostra totalmente viável é o álcool, pois já existem tecnologias e experiências em grande escala na área. Em muitos locais já existea eliminação da queima da cana de açúcar, o que aumenta a produtividade. Sem aqueima da cana, sobra a palhada, que é um componente estratégico em nível deenergia. Só a palhada dá mais energia que a própria cana, além de aumentar onúmero de empregos no processo de colheitas, aumentar o teor de matériaorgânica do solo e reduzir a poluição do ar. A obtenção de combustíveis apartir de óleos vegetais é realidade no país. Um exemplo é o óleo de palmeiras,que resultam na mais alta produção de energia dentre todas as plantas produtoras de óleo. Dentre essas palmeiras, se destaca o óleo de dendê, que é cultivado principalmente nas regiões pobres do nordeste e na região amazônica.Por produzir o ano todo, sem muitos custos e sem a necessidade de adubaçãonitrogenada, a dendeicultura abre empregos para populações pobres destasregiões. Tipos de bio-combustíveis Biodiesel Gás-Natural Álcoois Gás liquefeito de petróleo (GLP) Hidrogênio Carvão mineral(6.2%) O carvão mineral é um minério não-metálico, possui cor pretaou marrom com grande potencial combustível, uma vez queimado libera uma elevadaquantidade de energia. É constituído basicamente por carbono (quanto maioro teor de carbono mais puro é o carvão) e magnésio sob a forma de betumes.Entre os diversos combustíveis produzidos e conservados pela natureza sob aforma fossilizada, acredita-se ser o carvão mineral o mais abundante. Esse carvão é considerado um combustível fóssil, pois asjazidas desse minério se formaram há milhões de anos; quando extensas florestasforam submersas, fazendo com que os restos de vegetais, que são ricos emcarbono, se transformassem em um elemento rochoso. Esse é classificado emturfa, linhito, antracito e hulha, essa distinção existe em razão das condições ambientais e época de formação. O combustível fóssil é utilizado, especialmente, noaquecimento de fornos de siderúrgicas, indústria química (produção decorantes), na fabricação de explosivos, inseticidas, plásticos, medicamentos,fertilizantes e na produção de energia elétrica nas termoelétricas. O carvão mineral teve seu uso difundido bem antes do descobrimento do petróleo comofonte de energia. No século XVIII surgiram máquinas movidas a vapor, que permitirama substituição da força animal pela mecânica. Figura 6 – Pedra de carvão mineral e extração na jazida no vale do rio Tubarão, em Santa Catarina. O hemisfério sul, em geral, nãoapresenta grandes reservas de carvão mineral, e as reservas brasileiras, alémde pequenas, são de baixa qualidade, pois apresentam baixo poder calorífico e alto teor de cinzas, dificultando seu aproveitamento como fonte de energia. Asmaiores reservas situam-se no Rio Grande do Sul (Vale do rio Jacuí) e a maiorprodução encontra-se em Santa Catarina (vales dos rios Tubarão e Araranguá) porapresentar as únicas reservas aproveitáveis na siderurgia (carvão metalúrgico).A produção do Paraná não tem grande destaque, dada a baixa qualidade do produto eo carvão mineral produzido no Rio Grande Sul (carvão-vapor) é usado basicamenteno processo de aquecimento de caldeiras. A baixa qualidade do carvãobrasileiro, juntamente com o fato de ser altamente poluente e apresentar elevados custos de transporte, determinou seu aproveitamento como fonte energética apenas em épocas de crise. Assim, a crise do petróleo fez com que aatenção se dirigisse para as reservas sulistas, particularmente decarvão-vapor, até então tratadas como entulho por falta de consumo. Sua utilização foi incrementadacom incentivos em: - Instalação determelétricas, preferencialmente em áreas próximas àquelas produtoras de carvão(o que justifica a maior concentração de tais usinas no sul do país); - vários setores industriaispara que substituíssem o óleo diesel por carvão-vapor, no processo de aquecimento de suas caldeiras (caso das indústrias de cimento); - desenvolvimento do setorcarboquímico, para o aproveitamento dos subprodutos derivados do processo daextração do carvão; Tais medidas promoveram aelevação da produção e do consumo de carvão mineral no Brasil, particularmente até 1986, quando o declínio do preço do petróleo desacelerou o processo de expansão. No sul de Santa Catarina (maioresreservas), as reservas chegam a 2,2 bilhões de toneladas, a maior riqueza dosubsolo estadual, valorizada ainda mais com a crise mundial de energia. A produção catarinense de carvão bruto é utilizada para alimentar termoelétricascomo a de Capivari, em Tubarão e siderúrgicas como a de Volta Redonda, no Riode Janeiro e a Sidersul (Siderúrgica Sul Catarinense), a mais importante doEstado, voltada para a produção de aço laminado. Referencias: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAOxAAI/matriz-energetica-brasil __________________________________________________________ Do 'ouro negro' a uma nova matriz energética A era do petróleo está chegando ao fim, e a humanidade sai em busca de novas fontes para saciar seu consumo crescente de energia. E elas precisam ser limpas, seguras e renováveis O planeta se aproxima do fim da primeira década do século XXI diante de um dilema energético nunca antes registrado na história da humanidade. O uso do combustível que ao longo do século passado definiu o mundo como o conhecemos hoje, impulsionando o crescimento da indústria, do transporte, do comércio, da agricultura – e da população, que encontrou inéditas condições para se expandir – torna-se cada dia mais inviável. Seja por sua anunciada finitude e iminente escassez, seja pelo caráter altamente poluente ou pelas complicações políticas a que sempre está associado, o petróleo não é mais visto como a fonte de energia que moverá o mundo para sempre. Os combustíveis fósseis ainda são responsáveis pelo fornecimento de três quartos da energia consumida no mundo – demanda que por enquanto só cresce – e ainda respondem por boa parte dos negócios e principalmente das políticas internacionais das grandes potências econômicas. No entanto, além do futuro esgotamento das fontes naturais do chamado "ouro negro", a Terra não tem mais capacidade de absorver os gases provenientes de sua combustão – o gás carbônico é apontado como o grande vilão do efeito estufa, responsável pelo aquecimento global. Somados às abruptas oscilações de preço e aos problemas geopolíticos que acometem quase todos os grandes países produtores de petróleo (a eterna instabilidade do Oriente Médio e os arroubos ditatoriais de Hugo Chávez, por exemplo) o problema ambiental e a escassez conferem urgência à mudança da matriz energética global. Daí a importância da passagem cada vez mais rápida para fontes limpas, renováveis e que não coloquem em risco a segurança dos países. A ameaça do fim da era do petróleo vem provocando mudanças de enfoque nas principais empresas petrolíferas do mundo. É o caso, por exemplo, da BP (que até alterou seu nome, de British Petroleum para Beyond Petroleum, ou "além do petróleo"), ExxonMobil, Shell e a própria Petrobras, que tornaram públicas suas estratégias de investir no desenvolvimento de energias alternativas, como o gás natural, o álcool, o biodiesel, a célula de hidrogênio, a energia solar e a eólica. Com o aumento das pressões ambientais, os governos e organismos internacionais resolveram aumentar seu empenho na substituição dos combustíveis fósseis. A União Européia, por exemplo, convocou os 27 países membros a trocar pelo menos 10% do volume de combustíveis fósseis usados em veículos por biocombustíveis até 2020. Mais do que isso, os líderes europeus se comprometeram a diminuir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em 20% dos níveis de 1990 no mesmo prazo. Há ainda uma obrigação de aumentar a geração de energia solar, eólica e hidrelétrica. Caso dê certo, a UE pretende convencer outras nações poluentes, como os Estados Unidos, a China e a Índia, a adotar o mesmo plano. Dependência americana - Nos EUA, a substituição dos combustíveis fósseis virou questão de segurança nacional. Em um programa de metas energéticas anunciadas no início de 2007, o presidente George W. Bush estabeleceu o dever de substituir, em dez anos, 20% da gasolina consumida nos Estados Unidos por biocombustíveis. Frisou, em meio a um pronunciamento à nação, que tratava-se de uma medida para livrar seu país da dependência externa do petróleo, que deixava os EUA vulneráveis a ataques terroristas. Para atingir o objetivo, Bush determinou que, até 2017, estejam disponíveis para consumo interno 35 bilhões de galões de combustíveis renováveis (cerca de 132 bilhões de litros), e que os motores dos carros que usem derivados de petróleo tenham sua eficiência aumentada, para que consumam cada vez menos litros de gasolina e óleo diesel por quilômetro rodado. No Brasil, antes mesmo de o efeito estufa e o aquecimento global se transformarem numa das principais preocupações dos grandes líderes mundiais, os dois choques do petróleo da década de 70 levaram o país a aumentar o uso de fontes renováveis em substituição ao combustível fóssil: energia hidráulica, importação de hidreletricidade, carvão vegetal e produtos da cana-de-açúcar — álcool e bagaço de cana. Com o etanol e mais recentemente o biodiesel, o Brasil desenvolveu duas das mais bem-sucedidas alternativas ao combustível fóssil da história. Só em 2007, vai produzir 16 bilhões de litros de álcool e manter a liderança como o maior produtor do mundo. Após um período de pouco uso e desconfiança do consumidor, o brasileiro voltou a andar em carros movidos a etanol graças à nova tecnologia flex, dos veículos bicombustíveis. Na liderança mundial - Em 2005, a oferta interna de energia no país atingiu o equivalente a 218,6 milhões de toneladas de petróleo. Desse total, 97,7 milhões, ou 44,7%, eram de fontes renováveis. Essa proporção contrasta significativamente com a média mundial, que é de apenas 13,3%. Entre os países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média é de modestíssimos 6% para a participação das energias renováveis. Essa posição brasileira é resultado, principalmente, da participação das fontes hidrelétricas e do etanol na matriz energética nacional. Juntas, representam 28,9% da oferta total de energia. Uma das principais metas contidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anunciado pelo governo federal no início do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é um investimento de 503,9 bilhões de reais em infra-estrutura. Desta quantia, 274,8 bilhões de reais estão prometidos para o setor energético, sendo 17,4 bilhões a serem aplicados em combustíveis renováveis até 2010. O Brasil tem condições concretas de ser líder mundial na produção de energia limpa, mas para isso precisa produzir excedentes significativos para exportar – quase toda a produção de etanol, por exemplo, é para consumo interno. A "mudança de consciência energética" por que passa o planeta pode ser garantia de futuros mercados ao biocombustível brasileiro, mas ainda não é uma realidade. Atualmente, o Brasil é o único país a utilizar o etanol em larga escala – 20% da frota nacional roda com álcool. Seja como for, o Brasil tem um bom produto para oferecer às grandes economias mundiais. Se elas quiserem usar combustível limpo, a indústria brasileira é a única em condições de ser uma fornecedora em escala global. Que o diga George W. Bush, que em visita ao país em março de 2007 colaborou para acelerar o processo de transformação do etanol em uma commodity energética internacional, ao assinar um acordo de padronização da produção do combustível junto ao presidente Lula. Bicombustível | O êxito brasileiro (Divulgação) Referencias: http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/energias_alternativas/contexto1.html (reportagem da revista veja)